
No dia
24 de Abril de 1974, um grupo de militares comandados por
Otelo Saraiva de Carvalho instalou secretamente o posto de comando do movimento golpista no quartel da
Pontinha, em
Lisboa.
Às 22h 55m é transmitida a canção ”
E depois do Adeus”, de
Paulo de Carvalho, pelos
Emissores Associados de Lisboa, emitida por
Luís Filipe Costa. Este foi um dos sinais previamente combinados pelos golpistas e que desencadeou a tomada de posições da primeira fase do golpe de estado.
O segundo sinal foi dado às 0h20 m, quando foi transmitida a canção ”
Grândola Vila Morena“, de
José Afonso, pelo programa Limite, da
Rádio Renascença [3],
[4], que confirmava o golpe e marcava o início das operações. O locutor de serviço nessa emissão foi
Leite de Vasconcelos, jornalista e poeta
moçambicano.
O golpe militar do dia 25 de Abril teve a colaboração de vários regimentos militares que desenvolveram uma acção concertada.
No Norte, uma força do CICA 1 liderada pelo Tenente-Coronel
Carlos de Azeredo toma o Quartel-General da Região Militar do
Porto. Estas forças são reforçadas por forças vindas de
Lamego. Forças do BC9 de
Viana do Castelo tomam o
Aeroporto de Pedras Rubras. Forças do CIOE tomam a
RTP e o
RCP no
Porto. O regime reagiu, e o ministro da Defesa ordenou a forças sedeadas em
Braga para avançarem sobre o Porto, no que não foi obedecido, já que estas já tinham aderido ao golpe.
À Escola Prática de Cavalaria, que partiu de
Santarém, coube o papel mais importante: a ocupação do
Terreiro do Paço. As forças da Escola Prática de Cavalaria eram comandadas pelo então Capitão
Salgueiro Maia. O
Terreiro do Paço foi ocupado às primeiras horas da manhã.
Salgueiro Maia moveu, mais tarde, parte das suas forças para o
Quartel do Carmo onde se encontrava o chefe do governo,
Marcello Caetano, que ao final do dia se rendeu, fazendo, contudo, a exigência de entregar o poder ao General
António de Spínola, que não fazia parte do
MFA, para que o "poder não caísse na rua".
Marcello Caetano partiu, depois, para a
Madeira, rumo ao exílio no
Brasil.
25 de Abril Sempre, pintura mural
[2]A revolução resultou na morte de 4 pessoas, quando elementos da polícia política (
PIDE) dispararam sobre um grupo que se manifestava à porta das suas instalações na Rua António Maria Cardoso, em
Lisboa.
O 25 de abril visto tempo depois
É preciso salvar Abril, pintura mural
[2]O
25 de abril de
1974 continua a dividir a sociedade portuguesa, sobretudo nos estratos mais velhos da população que viveram os acontecimentos, nas facções extremas do espectro político e nas pessoas politicamente mais empenhadas. A análise que se segue refere-se apenas às divisões entre estes estratos sociais.
Existem actualmente dois pontos de vista dominantes na sociedade portuguesa em relação ao
25 de abril.
Quase todos reconhecem, de uma forma ou de outra, que o
25 de abril representou um grande salto no desenvolvimento politico-social do país. Mas as pessoas mais à esquerda do espectro político tendem a pensar que o espírito inicial da revolução se perdeu. O
PCP lamenta que a revolução não tenha ido mais longe e que muitas das conquistas da revolução se foram perdendo.
De uma forma geral, ambos os lados lamentam a forma como a
descolonização foi feita, enquanto que as pessoas mais à direita lamentam as nacionalizações feitas no periodo imediato ao
25 de abril de
1974 que condicionaram sobremaneira o crescimento de uma economia já então fraca.
(wikipédia)